sexta-feira, 17 de setembro de 2010


Saudade

Vou pintar para a saudade um “retrato” preto e branco
Em azul e verde.
Vou tocar para a saudade uma música barulhenta
Tocada com harpas e flautas.
Vou ler para a saudade um jornal poético e filosófico
Rimado e sem rima.
Sou cego, mas vou olhar para a saudade.
Sou mudo, mas ouço a saudade me chamar.
Fui, caminhando, mesmo sem ter pernas, ao encontro da saudade.
Falei, gritei com a saudade, sem voz, pois mudo eu sou!
Ô saudade, por que ainda me acompanhas?
O que tenho para oferecer-te?
O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
Quando se ouve boa música fica-se com saudade de algo que nunca se teve e nunca se terá.
De você eu tenho saudade, de mim, eu tenho esperança!

(Aílton Pimentel)