segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Supra – Sumo

Você é o bem, você é o mal
Eu sou e estou “além do bem e do mal”.
Sob sua ponte, não atravessarei o rio,
Flutuarei...
Não li o que estava escrito em sua camiseta,
Não vi quando levantaste sua bandeira,
Não tente despertar minha atenção.
Para seu veneno, tenho antídotos,
Para seu ódio tenho meu sorriso e meu progresso.
Seu hino é mudo, não ecoa nas minhas Montanhas Rochosas.
Entre nós dois, existem inúmeros pontos infinitos,
Jamais voltaremos a nos encontrar...
Liberdade é meu sobre-nome,
Vitória é meu escudo e minha arma.
Eu sou o ponto mais alto,
O requinte, o supra- sumo...
“Per ardua surgo” *
(*vencer apesar das dificuldades)

(Aílton Pimentel)

sábado, 7 de agosto de 2010

O MEDO

O medo de ficar só é o medo de ter medo
O medo de olhar no espelho e encontrar consigo mesmo
Tudo é permitido quando se quer amar
O desejo do retorno é a ânsia de quem quer voltar
Tudo é conspiração e transição geográfica
Do lugar onde você se esconde com o medo a te acompanhar.

O medo de sorrir pra quem quer chorar
O medo de se perder e não se encontrar
O medo de agir é pior que o medo de errar
Assumir sem rancor e seu mundo desabar
Ou seu castelo construir e eternamente descansar.

Tenho medo de você, você tem medo de mim
Você quer me convencer, eu tento te induzir
A fórmula secreta do amor
Pra você se acostumar, que o medo é uma fase da dor
Vamos nos rebelar.
Se perder nas entrelinhas e nos trilhos se encontrar.


(Aílton Pimentel)

SOL (IDÃO)


Os olhos nascem e se põem todos os dias no horizonte.
O sol está constantemente repleto de lágrimas.
O tempo quebra os nossos ossos
E prova em silêncio que nada permanece para sempre um segredo
A vida passa lentamente
E não conseguimos alcançá-la...
As lágrimas quentes e frias do astro-rei
Rega as plantas aquáticas e transforma tudo em poesia.
O grito desesperado da lua cheia, cala-se entre as nuvens.
Eu sendo você, e você sendo eu contemplamos
No mais sublime dos desejos
O nascimento da loucura colorida em preto e branco
De uma paz imaginária da guerra dos corpos perfeitos.

(Aílton Pimentel)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O BARCO

Segue-se o barco pelas correntezas do sem fim.
Levando com ele sonhos não realizados,
Amores não correspondidos,
Vidas não vividas,
Feridas mal curadas,
Desejos reprimidos...
E nele, sua tripulação.
Pessoas sem coração,
Sem olhos sem ação,
Sem boca e sem tato,
Sem cheiro e olfato...
Segue-se o barco, segue-se o barco!
Na margem da “vida”
Seus admiradores,
Nada diferente, somando apenas mais gente!
Parasitas e estatuas,
Mentirosos de plantão,
Fracos e invejosos,
Pessoas sem razão...
Que naufrague-se o barco nas correntezas do sem fim.

(Aílton Pimentel)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

VINHO

Vinha o verde com o vento
Voando solto entre as algemas
Embriagados com o azul e o vinho
Falando baixo para não acordar o silêncio.
Uma taça, uma praça, uma peça
Uma vida, duas mortes, vários montes.
Vinha o verde, o azul, o vento e o vinho
Tocando flautas, harpas e tambores
Ouvindo música, lendo livros de filosofia.
Na margem do nada o tudo se cala...
Mais uma taça, mais uma lágrima e um adeus.
Vai o verde e o vento
Fica o azul e o vinho.

(Aílton Pimentel)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Homem Vitruviano

Virá nas caudas do cometa,
Como um trovão para nos libertar.
Nos dará as chaves da consciência,
A filosofia nos ensinará.
Seremos os guardiões da terra,
Da água, do fogo e do ar.
Viveremos intensos e serenos,
Feito os golfinhos que brincam no mar.
O segredo da vida sagrada,
Será revelado para iniciar,
A nova era,
A era de aquário - harmonizar.
O verbo que ainda é carne
Transformar-se em legumes
Para equilibrar, a nossa saúde
O ciclo da vida – multiplicar.
Santo Graal, ordem dos templários,
O Homem Vitruviano vamos adotar
Como nosso símbolo,
Masculino e feminino – fecundar.
Seremos eternos poetas,
De eras e eras em eras,
Seremos a nova nação,
Do universo em expansão – embrião!

(Aílton Pimentel)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

E se...

É assim que se anda
É assim que se fala
É assim que se ama
É assim que se "nada"

Queria eu ser...
Queria eu ver...
Queria eu ler...
Queria eu crer!

Falar é calar-se
Calar é falar-se
Viver é morrer-se
Morrer é viver-se!

Ai, se assim fosse
Se fosse assim, seria.
Seria perda em mim
Em mim seria cria!


(Aílton Pimentel)